terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Profissão MC

A primeira atividade do Periferia Invisível em 2011 foi a exibição do filme Profissão MC
Aconteceu ontem (12/01), a primeira atividade do Periferia Invisível que começou o ano com o pé direito trazendo para o público o principal nome da Literatura Marginal da Zona Leste, mas desse vez ele veio para mostrar seu trabalho como cineasta.
Alessandro Buzo é uma pessoa sem comentários, a ultima leitura que fiz neste ano foi seu livro "Favela toma conta", e só as próprias palavras dele para conseguir defini-lo. Ficamos honrados em recebe-lo, que está sempre acompanhado de sua esposa Marilda Borges - fotógrafa, pelo seu trabalho e pelo efeito do mesmo sobre os jovens que frequentam o Periferia Invisível. Para explicar melhor, o público de aproximadamente 30 pessoas, era composto por sua maioria de jovens que frequentaram apresentações de peças e outras atividades no Periferia Invisível, entretanto, foram ganhando gosto pela literatura após visitarmos a livraria "Suburbano Convicto" e o "Sarau Suburbano" no Itaim Paulista. Além disso, os coletivos Mesquiteiros, Marginaliaria, Tenda Literária e Extremos Atos chegaram junto para fortalecer a Cultura da ZL.
Outras pessoas ainda não conheciam Alessandro Buzo e nos elogiaram por ter realizado o evento com ele, mas todos os elogios devem ser direcionados a ele, que se disponibilizou a vir no Periferia Invisível e mais do que isso além de vontade tem talento.


Alessandro Buzo autografa seus livros que foram vendidos no Periferia Invisível.

Início do debate, eu apenas passando a bola para o craque

Talita (irmã), Buzo e Eu... minha irmã desde os 12 anos lendo e se envolvendo em atividades, porque literatura é a cura.
* Fotos de Marilda Borges.

E a contagem continua     

Livros de 2011




# 1 - Ferréz - Cronista de um tempo ruim
# 2 - Alessandro Buzo (Curadoria) - Pelas periferia do Brasil Vol. IV
# 3 - Jessica Balbino - Traficando Conhecimento
# 4 - Alessandro Buzo - Favela toma conta






domingo, 26 de dezembro de 2010

Infância (Mandado)

Infância (Mandado)
Bruno Veloso

Fiquei ali, sentado, filmando
do outro lado da calçada
com a malícia e a malandragem
dois moleques seu plano bolando.

Pelo rosto, a idade eu pensei,
dois pivetes, cochichando baixo
e apontado para casa da Dona Inês
um de quatorze e outro de dezesseis.

Na cara a ansiedade de pular o muro,
o menor subiu no ombro do parceiro
que caminhou ligeiro para o portão,
até aquele momento estava tudo seguro.

Uma mão no muro, outra no portão
já tinham o esquema todo armado,
sem dar goela nem dedurar na missão
na escalada subiu o menor então.

Foi nessa hora que o problema aconteceu
o menor em cima do telhado e chegou o Tadeu,
correndo, abanando o rabo e latindo alto,
fez Dona Inês levantar e pela janela olhar.

Vinha sem olhar para trás o menor,
ouvindo seu parceiro gritar, que ele ia ter que pular
chegou na ponta do telhado e dali se jogou
olhando pro maior e correndo, sem terror.

Na esquina do meu lado eles pararam
mostrando que a missão não tinha funcionado,
no telhado tinha um Peixão em cruz mandado
mas voltarão com a rabiola de um pipa rasgado.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Sentença de Vida

Julgo,
por isso me entristeço,
não conheço e
não penso,
por isso julgo a mim mesmo
me aborreço,
enlouqueço e
me empobreço.
Julgo
o certo e
o errado
com argumentos de quem
se diz informado,
parto de idéias superficiais
para julgar
e me sentir como quem sabe mais.
Julgo
perfeitas as frases
que saem da minha boca
quando interajo com outros
dessa sociedade frouxa.
Hipócritas,
Necessitados,
Juizes,
Imperfeitos, pessoas...
Quando sozinho me
sinto sujo,
sem ninguém para bajular e
me ouvir criticar,
eu paro e penso
mas só consigo
questionar eu mesmo.
Dentro da minha cabeça
um turbilhão de vozes,
um juiz, um advogado, um réu, uma vítima e o jurado
logo o veredicto é anunciado. Culpado!
O juiz lê a sentença,
vou cumprir prisão perpétua
obrigado a conviver com esse sentimento,
só vou alcançar a liberdade
no dia em que abandonar minha vaidade.
Quando isso acontecer
vou passar a viver,
enriquecer
e ao invés de julgar
vou passar a conhecer.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Balanço anual

Ontem, após a realização do Sarau, a galera do Periferia Invisível saiu para comemorarmos este ano de atividades e começamos a relembrar e realmente 2010 foi um ano maravilhoso para todos nós.

No início deste ano ficamos incubados, em reuniões, resolvendo diversas questões administrativas e burocráticas (CNPJ e outros) e fizemos dois Saraus. Um deles foi justamente no dia da Virada Cultural, que é uma iniciativa ótima, na minha opinião, mas que mostrou que seria melhor ainda se fosse descentralizada, visto que, tivemos público e diversas apresentações. Nessa mesma época, começamos a mostrar a cara para o mundo como projeto, sendo entrevistados pela "Revista OuNão", "A gente se vê no Teatro - Rede Globo", "Instituto Ressoar" sem esquecer dos jornais locais e outros meios de divulgação.

Mas em paralelo a realização dos eventos, começamos a ensaiar a peça "O Excluído" enquanto a oficina de música ensaiava o espetáculo "A gente pena, mas não pára". O grande desafio era manter apresentações em cartaz e ver a receptividade do público, o resultado só mostrou como o argumento de "Falta de interesse dos moradores da periferia" é inválido, pois em todas apresentações de "O Excluído" tivemos público máximo, assim como em "A gente pena, mas não pára".

A primeira nos proporcionou o primeiro prêmio pelo nosso trabalho no IV Festival da Cidadania de São Vicente, onde trouxemos para a Zona Leste o troféu de primeiro lugar no teatro. A segunda nos deu um prêmio maior ainda, o crescimento dos alunos da oficina e a qualidade do espetáculo.

Além disso fizemos parceria com diversos outros grupos, como o Teatro Silva que ficou em temporada no Espaço do Invisível, o Degusta Groove que deu show de como fazer música, a Cia Extremos Atos com o seu Boneco do Marcinho e fomentamos o nosso público, que por fim acabou não sendo só nosso, pois diversos frequentadores do Periferia Invisível passaram a ir em outras atividades culturais. 

Fizemos também o espetáculo "Vila das Almas" resultado da oficina de teatro que emocionou o público na sua primeira apresentação. Além de fazer pequenas apresentações de diversas linguagens em eventos de outros coletivos. 

Para fechar o ano fizemos o Sarau "O Natal de um Palhaço Órfão" que foi essencial para percebermos a riqueza das diversas linguagens exploradas pelo Periferia Invisível e pelos outros coletivos, onde vieram somar Os Mesquiteiros, Tenda Literária, Cultura na Praça, Mundo em Foco e pra fechar o Sarau o Projeto Marginaliaria.

Se fosse escrever detalhadamente tudo que ocorreu este ano, seria chato para alguém ler até o fim, por isso todas essas atividades estão da forma bem reduzida, todos os ganhos deste ano para mim se resumem em duas frases:

"Nossa eu odiava vir pra cá antes, agora não sei o que seria de mim se isso acabasse"

"Que acontece se os coordenadores do Periferia morrerem?" ai eu respondi "Acaba né..." a resposta foi a melhor "Eu nunca vou deixar o Periferia acabar!"

Todo o trabalho deste ano foi compensado com essas duas frases ditas por duas pessoas que eu admiro. E podem esperar que em 2011 tem mais, muito mais!



quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Natal de um palhaço órfão

Realizamos no sábado 18/12, as 19:30 o Sarau "Natal de um Palhaço Órfão"
O ano de 2010 foi muito bom para o Periferia Invisível e para fecharmos o ano nós queríamos oferecer um evento de ótima qualidade, mais importante que isso queríamos romper o limite de tempo do evento fazendo com que as pessoas levassem reflexão além das 3:30 horas de sarau. Sim, foi um sarau com longo tempo de duração, mas ai está a melhor parte, visto que, um sarau é feito por todas as pessoas presentes e não faríamos algo assim se não fosse a participação do público.
Recheado de apresentações, com diversos segmentos artísticos e com a mescla de várias linguagens que tudo aconteceu. Tivemos a presença de outros coletivos, de pessoas da região e o mais surpreendente foi uma pessoa que atravessou São Paulo e veio da Granja Viana.
Melhor do que ler é assistir então vejam os vídeos pelo Youtube e logo mais no nosso site www.periferiainvisivel.com.br - http://www.youtube.com/user/PeriferiaInvisivel




















sábado, 11 de dezembro de 2010

Abre o olho, já não somos invisíveis!


Semana corrida essa. Finalização de semestre na faculdade, vários outros compromissos culturais e, para começar vamos falar de um deles, o Sarau Suburbano Convicto. Digo compromisso porque o crescimento cultural tem que ser assim, um compromisso continuo. Só essa semana foram dois saraus: um no centro e outro no Itaim Paulista.
Eventos assim cada vez mais me tornam fã dos autores marginais, porque a simplicidade traduzida em literatura me deixa em estado de êxtase. A corrida do Alessandro Buzo e todas as suas glórias nesse caminho são muito merecidas, uma musica que gosto muito já diria "sua vida eu quero saber quem contesta?".
Outro evento do qual participei foi o manifesto pela casa de cultura de Ermelino Matarazzo, a experiência foi inexplicável, pois apresentamos a peça "Vila das Almas" em praça pública. Essa apresentação para mim se traduz em uma palavra: Orgulho! Não de mim, mas do meu grupo, pois ver os alunos da oficina atuando em plena praça e enfrentando o público olho no olho, se firmando e mostrando a presença e dizendo "Eu estou aqui!". Ver minha irmã de apenas 12 anos fazer isso me deixou orgulhoso. Todas as palmas de hoje eu queria ter oferecido para eles, pois, apesar de terem se afirmado como grandes artistas eles, ainda assim, se auto-avaliariam e pensaram no que podiam fazer de melhor.
Acabando o evento, seguimos num cortejo até o Sarau dos Mesquiteiros, fazendo barulho, cantando e recitando poesias. No meio da rua, na favela, nas vielas e até em bares lotados... E a população? Sorrindo, aplaudindo, observando e, principalmente, se manifestando.
O dia serviu para mostrar a união dos grupos culturais da Zona Leste. Os Mesquiteiros convocaram um integrante de cada grupo para falar um pouco sobre seu trabalho e sobre a casa de cultura. Lá estavam 9 coletivos unidos e se fortalecendo. É óbvio que temos nossas diferenças, de linguagem, de opiniões, de trabalho, mas também conseguimos conquistar a liberdade de conversar com todos e criticar ou elogiar.
Talvez nós discordemos da forma, mas nunca da finalidade, estamos no mesmo barco e remando todos para o mesmo lado. Digo isso porque na madrugada de sexta-feira para sábado fui para uma festa da faculdade e, no PUB onde estávamos ia rolar show de hip-hop. Provavelmente, um erro de planejamento dos alunos da faculdade por não terem avisado sobre isso, acabou pegando muitos convidados de surpresa, o que fez com que, muitas pessoas presentes não gostassem do estilo. Para completar, alguém acaba jogando um rolo de papel no DJ. Este, como toda sua equipe começou a tirar satisfação e generalizou a confusão. O show foi cancelado e um dos MC's disse no microfone: "Vamos cancelar tudo porque a USP fez o favor de acabar com a vibe. É uns nascem com dinheiro e nada mais, nem respeito!".
Não gosto da generalização. Eu estava lá e até ganhei um CD de um dos MC's porque ele ficou sabendo que eu fazia parte do Periferia Invisível, entretanto, também sou aluno da USP e diga-se de passagem a unidade que eu estudo fica no Jardim Keralux, um dos bairros mais carentes de São Paulo e não estou lá por ter nascido com dinheiro. Então me incomoda a promoção de cultura com discurso de igualdade enquanto não separamos situações e indivíduos, não dá e nunca deu para colocar tudo no mesmo saco. 
Vamos seguir pelo crescimento cultural e promovendo a igualdade sem fugir da realidade, quem quiser fortalecer vem com a gente no dia 18 de Dezembro no Sarau "O Natal do Palhaço Órfão" www.periferiainvisivel.com.br.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Cultura de nós, para todos

Ontem foi um dia de aprendizado constante. Para começar, pela manhã tive uma reunião na Sub-prefeitura de Ermelino Matarazzo, onde discutimos sobre a realização do evento "Cultura na Praça" que será um manifesto em prol da Casa de Cultura de Ermelino Matarazzo que, infelizmente, ainda não existe.


A primeira coisa que está sendo uma lição há dois meses é a forma como os coletivos da Zona Leste estão se aproximando e se articulando em conjunto. A questão da Casa de Cultura foi discutida em uma reunião com diversos coletivos, então, encabeçado pelo grupo "Final de Semana Cultural", a realização deste evento será de extrema importância, pois a desculpa que estão utilizando para não iniciar a construção é de que não existem grupos culturais em Ermelino Matarazzo. Só pelo flyer já se torna um argumento descartável.
Durante a reunião foi visível toda uma euforia quanto a realização por termos pessoas ligadas ao UNICEF, por depois daquela termos outra reunião marcada na Secretaria Municipal de Cultura e outros fatores. Então, foi feito todo um discurso sobre a intenção de ajudar sempre que possível, mas só isso não é suficiente. A melhor forma de ajudar seria a Sub-prefeitura começar a articular as questões da Casa de Cultura para que esta saia do papel. Enfim, ainda não acabou a preparação do evento, na sexta-feira tem outra reunião com o senhor Carlos Augusto Calil, secretário municipal de cultura. 
Todos estão convidados para este evento e o Periferia Invisível se apresenta as 15:30 com o espetáculo "Vila das Almas". Venham!


sábado, 4 de dezembro de 2010

Inconsistência

Há umas duas semanas venho conversando com dois amigos do Periferia Invisível, o Gustavo Stu e o Victor Hugo, sobre diversos assuntos que geram horas de discussão e acabam bifurcando em diversas opiniões. Mas o mote das conversas girou basicamente em "Produzir arte para que? Para quem? Como?". Estas discussões resultaram em um texto meu bem curto.

Inconsistência

Ouvi o ator dizer que gostava de tucanos,
dos azul e amarelo que passeiam pelo planalto,
dizia que era necessário a mudança pelo progresso,
mas não queria no alto quem vive com pé no asfalto.

Vi o poeta escrever que gostava de olhar estrelas,
mas gostava das vermelhas no céu em demasia,
escrevia sobre a união, fortalecimento e igualdade,
mas incitava a soberania de quem vive na periferia.


Depois de escrever fui ler o blog do Stu, vi um texto publicado lá que acredito também ter resultado muito das nossas conversas: http://gustavostu.wordpress.com/2010/12/05/barato-hoje-e-sabado/ .
Enfim, já diria o Pensador: "A gente muda o mundo na mudança da mente"

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O mundo que eu vejo

Depois que cursei Gestão de Negócios Culturais pelo Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo muita coisa tomou rumo diferente na minha vida. Começou o Periferia Invisível e eu era uma daquelas pessoas tímidas que achava o teatro lindo, mas só como espectador. Atuar? Jamais!
Mesmo gostando de estar na platéia não entendia muito bem essa paixão que muitos atores dizem ter pelo teatro, então resolvi experimentar um outro lado e comecei a fazer oficina de atuação, desta nasceu o espetáculo "Vila das Almas".
Enquanto estava estudando os meus personagens conversei com muitas pessoas que me ajudaram na forma de pensar a criação, visto que, a montagem nasceu de improvisos. Mas a frase principal que me fez pensar muito foi: "Você pode conhecer verdadeiramente uma pessoa quando vê ela interpretando diversos papéis, pois, aquilo que você está vendo não necessariamente é a forma real de algo/alguém, mas sim como o individuo enxerga aquilo e tenta representar".
Tenho que confessar que depois dessa experiência concordo com todos atores que dizem que é maravilhosa. O Marco Luque diz em um de seus espetáculos de Stand Up Comedy: "Quem aqui nunca veio ao teatro? Você imaginavam que era essa loucura de poder falar com o ator? Meu no cinema não tem isso se você falar você vai ser ignorado". Brincadeira a parte, o mais mágico foi justamente isto, poder enxergar a reação das pessoas com seus sorrisos, suspiros, emoções e tudo bem na sua frente.
Mas enfim, ainda tenho muito que aprender e espero crescer muito ainda. A próxima apresentação finalizada de alguma coisa vai ser no Sarau do Periferia Invisível dia 18 de Dezembro com os amigos Randerson Barbosa e Victor Hugo, mas até lá tem alguns outros Saraus em que vamos nos apresentar e avaliar o que precisa ser mudado para ficar ótimo pro dia 18.



quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O Invisível nas Satyrianas

Neste final de semana aconteceu o evento realizado pela Cia. Os Satyros chamado "Satyrianas - uma saudação à Primavera", este evento contou com atividades teatrais tendo início na quinta-feira (25/11) e término somente no domingo (28/11). Esta manifestação, ou melhor, esta celebração Dionisíaca ocorre com este nome há 11 anos, e no ano de 2009 mais de 56.000 pessoas prestigiaram o evento.
Neste ano, aconteceu uma novidade incrível e um ganho gigantesco pela democratização cultural. O evento deixou de ser realizado somente por companhias e grupos do centro da cidade de São Paulo, e passou a acontecer também nas periferias da cidade com a participação do Periferia Invisível e do Instituto Pombas Urbanas. Isto ocorreu ainda em pequena escala, entretanto, os fundadores da companhia Os Satyros e idealizadores do evento, Rodolfo García Vazquez e Ivam Cabral, foram os responsáveis pela proposta de realização das atividades na Zona Leste de São Paulo e como o evento cresce todo ano, ele deve ser expandido para outras regiões.

Quando recebi a proposta a questão que me coloquei foi: Qual a importância deste evento no Periferia Invisível, não quanto ao fortalecimento do nome, mas sim quanto a formação de público?
Que o Periferia Invisível se fortalece é algo nítido, participar do maior evento teatral de São Paulo, com companhias de grande porte e não somente realizar apresentações como utilizar seu espaço para receber programação das Satyrianas é algo que engrandece muito. Mas a pergunta a ser feita é quem seria esse público que viria ao espaço? Seriam os moradores da região ou pessoas que se deslocariam do centro? Quantas das pessoas que foram, irão continuar a ir não só no Periferia Invisível, mas aos outros espaços culturais, tanto do centro quanto da periferia?
Eu em conjunto com a equipe do Periferia Invisível, trabalhamos em cima destas questões bases para tentar passar ao público, que em sua maioria foram moradores da periferia, a importância da realização de um evento daqueles na cidade de São Paulo, o ganho cultural que é para a cidade a possibilidade de circular por entre vários espaços e ver diversos tipos de expressões culturais, reunir pessoas de todo o país e também do exterior que tratam através da arte as mais variadas questões, a diferença das linguagens teatrais e etc.
O resultado obtido de imediato foi ótimo, pois, pessoas que frequentaram o espaço do Periferia Invisível, muitas delas não sabiam da existência deste evento, me disseram que aquilo despertou interesse nelas e estavam com vontade de ir até o centro e ver como isto acontecia. Entretanto, este foi o resultado a curto-prazo, para realmente formamos público consumidor de iniciativas como esta precisamos trabalhar cada dia mais e é o que estamos fazendo.
Gostaria de agradecer aos grandes amigos que tenho na Cia. Os Satyros, Danilo Amaral, Rodolfo Garcia Vazquez, Ivam Cabral, Robson Catalunha, Rafael Mendes, Gustavo Ferreira, Daíse das Neves e a todos que participaram da produção deste evento grandioso e parabenizá-los pela realização do mesmo.